UNIVERSIDADE
DO ESTADO DA BAHIA
DEPARTAMENTO
DE CIÊNCIAS HUMANAS E TECNOLOGIAS
CAMPUS
XVIII – CIDADE DE EUNÁPOLIS
COLEGIADO
DE HISTÓRIA
|
I Seminário em Ensino de História:
“Experiências e Produção de Saberes”
Eunápolis,
BA
Julho/2012
PROJETO
I Seminário em Ensino de História:
“Experiências e Produção de Saberes”
COMISSÃO
ORGANIZADORA
Profa. Ms. Célia
Santana Silva (UNEB)
Profa. Ms. Sandra
Regina Mendes (UNEB)
Professora Ms.
Nathalia Alem (IFBA)
Professor Ms. José
Roberto Silva de Oliveira ( IFBA)
Eunápolis,
BA
Julho/2012
- APRESENTAÇÃO/JUSTIFICATIVA
A Universidade tem sido objeto de avaliação faz
algum tempo. Seus projetos acadêmicos de ensino, pesquisa e extensão postos em
discussão, principalmente objetivando uma melhor qualidade na formação do
estudante nos cursos de graduação. O paradigma enciclopédico e livresco do
ensino a muito deixou de ser o referencial, o desafio que se coloca é a
associação entre pesquisa, ensino e extensão.
O momento da graduação é impar para o discente. É
nele que o mesmo é provocado a buscar diversas leituras, a entrar em contato
com novos conhecimentos, como também iniciar os passos da produção desse
conhecimento, permitindo um diálogo mais produtivo com o mundo contemporâneo,
com sua realidade local e regional. A Universidade tem a responsabilidade por
essa formação que deve acontecer não só em sala de aula, mas em eventos.
Cabe aqui
ressaltar que a partir da Lei de Diretrizes e Bases da Educação, as disciplinas
voltadas para o ensino nos cursos de licenciatura, tiveram um aumento
significativo de carga horária, com o sentido de estimular o desenvolvimento de
atividades práticas, voltadas para o conhecimento das realidades a que estes
profissionais estarão submetidos após a conclusão de seus cursos.
A
iniciação à docência é vista por autores como
Flávia Eloisa Caimi[1], Circe
Bittencourt[2] e Marcos Silva[3]
como uma etapa fundamental do processo de desenvolvimento profissional de professor,
pois o aprendizado assume, em suas diversas facetas, dimensões que ultrapassam
o espaço circunscrito pela sala de aula, uma vez que trocas são realizadas com
o estabelecimento da relação pedagógica. É pensando, justamente, no exposto que
o estágio emerge como uma atividade revestida de importância, pois, contribui,
sobremaneira, no amadurecimento do discente enquanto profissional da educação.
Ademais,
como salienta Flávia Caimi o estágio representa, para a maioria dos discentes
de graduação,
a transição entre o
papel de estudante, desempenhado ao longo de 16 anos, desde o início de sua
escolarização, e o papel de professor que precisa assumi-lo como exigência
profissional. Nessa transição está presente a de (con)frontação entre as
expectativas sobre a profissão acalentadas ao longo de anos e a vivências reais
que a “prática” lhe possibilita, entre o ideal de uma profissão e o real de uma
experiência vivenciada (...)[4].
Dentro dessa perspectiva, a formação dos profissionais
que atuarão na educação básica deve relacionar permanentemente a articulação
entre a teoria e a prática profissional procurando, desta forma, romper com a
concepção epistemológica da racionalidade técnica em que a área pedagógica
esteve subsumida às áreas teóricas. Esta articulação deve ser norteada pela
qualidade do ensino e promoção da educação básica; equidade entre os
componentes curriculares; indissociabilidade entre ensino e pesquisa e pelo
fortalecimento da identidade profissional docente.
Torna-se necessário destacar que o estágio deve ser entendido não como uma
atividade meramente “prática”, mas como um momento crucial da construção de uma
práxis pedagógica. Nessa fase, deve ser propiciadas ao estagiário, reflexões
acerca das problemáticas pertinentes ao processo de ensino/aprendizagem. Isso
contribuirá para a formação de um profissional capaz de articular os
conhecimentos específicos de sua área de formação, com as diversas “realidades”
que permeiam o espaço escolar. Diante do
exposto, organizamos o evento Ensino de História: Experiências e Produção de
Saberes, que irá contribuir enormemente com tal tendência.
De
acordo com as DIRETRIZES CURRICULARES DOS CURSOS DE HISTÓRIA, o exercício responsável da profissão supõe um processo de formação
continuada no qual as universidades desempenham papel fundamental. Neste
sentido, devem ser criadas as condições institucionais com vistas à intensa
articulação da universidade com a sociedade. No entanto, vivenciamos uma
realidade onde o Estágio Supervisionado ainda é visto/encarado pelos corpo
discente como momento apenas de ir pra sala de aula e concluir o curso sem
reflexão e discussão .
Esse
evento pretende desconstruir tal perspectiva, pois entendemos o Estágio
Supervisionado enquanto momento/espaço de uma materialização da práxis
acadêmica. Momento de demonstrar o acúmulo das leituras especificas, das
aprendizagens ao longo do curso.
No Departamento de
Ciências Humanas e Tecnologias de Eunápolis, a implantação do Curso de História
foi orientada pelas diretrizes definidas no Projeto de Reformulação Curricular
datado do ano de 2004. Não à toa, apresentou como princípios articuladores do
seu currículo a indissociabilidade entre teoria e prática, a inter-relação
entre ensino e pesquisa, a formação para o exercício da cidadania e a
valorização da diversidade cultural. Além disso, se preocupou em
territorializar a proposta curricular unificada, inserindo em seus componentes
aspectos relevantes da realidade social, cultural e histórica da Costa do
Descobrimento.
A indissociabilidade entre a teoria e
a prática tem alcançado espaço significativo no desenvolvimento do Curso de
História do Campus XVIII. De caráter
interdisciplinar e presente em todo o curso, a prática atende a uma formação de
profissionais em história que experimentam de forma reflexiva a realidade
escolar, as correntes historiográficas e os saberes pedagógicos, permitindo a
inserção do futuro licenciado no espaço em que irá atuar, bem como possibilitando
a apropriação de habilidades e competências para o enfrentamento dos desafios
existentes na atividade docente. Em conformidade com os Parâmetros Curriculares
Nacionais, o projeto do curso também tem destacado a necessidade de direcionar
a formação dos professores para o exercício da cidadania plena.
No âmbito do ensino, os componentes
curriculares permitem o levantamento de temas e questões de cunho
político-social, enviesado com a perspectiva temporal e espacial, que permitem
a discussão e a reflexão sobre o lugar dos sujeitos históricos na construção de
uma sociedade mais digna e igualitária. Com o exposto, fica evidente que o
principal objetivo do Curso de História do Campus XVIII é formar o que se tem
classificado como professor-pesquisador em história, eliminando a antiga
dicotomia entre bacharelado e licenciatura. Em respeito à atual legislação
educacional (LDB 1996, PCNH, Lei 10.639/03, Lei 11.645/08), o projeto
curricular também destaca a valorização da diversidade cultural, a integração
entre teoria e prática, a concepção da pesquisa como instrumento formativo e a
interdisciplinaridade como espaço de ampliação e partilha dos saberes. Ao se
referenciar nesses princípios, o Curso de História do Campus XVIII pretende
também formar profissionais críticos e engajados nas lutas pela consolidação
dos direitos sociais, que possuam competências e habilidades.
Além do exposto e respeitando a
estrutura curricular, o evento sobre Ensino e Estágio Curricular, em parceria
com o IFBA ainda reforça o eixo de formação
docente, que se encarrega da formação relacionada à atividade docente,
discutindo aspectos ligados à teoria e prática pedagógica, além de possibilitar
experiências supervisionadas de ensino-aprendizagem de modo que se desenvolva
nos formandos a capacidade de realizar a transposição didática dos objetos de
conhecimento específicos em objetos de ensino.
2. OBJETIVOS
2.1.
Geral
Realizar o Encontro Ensino de História:
Experiências e Produção de Saberes, transformando-o num espaço de diálogo entre
os saberes docentes e os conhecimentos produzidos sobre Ensino de História.
2.2.
Específicos
·
Sensibilizar
os professores, alunos e demais envolvidos no processo sobre as problemáticas
vivenciadas no cotidiano docente em relação à prática do Ensino de História;
·
Favorecer
aos profissionais da educação a percepção dos desafios do Ensino de História;
·
Possibilitar
o aprendizado de aspectos da história escolar e sua relação com a história
acadêmica;
3. METODOLOGIA
O
desenvolvimento do presente projeto será orientado por meio de onze fases
sequenciais. A ideia de fases parte de uma concepção processual do
desenvolvimento do projeto, que identifica momentos específicos fundamentais
para formar, estruturar ou desenvolver determinada ação, que será ponto de
partida para uma próxima etapa. O quadro a seguir apresenta, de forma
sintética, estas fases.
FASE
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AÇÃO
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DESCRIÇÃO
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PRIMEIRA
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Reunião de planejamento
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Nesta
primeira fase a Comissão Organizadora buscará estabelecer o planejamento
estratégico do projeto. Aqui serão discutidos os aspectos
teórico-metodológicos e orçamentários do evento, realizando primeiras
definições de programação, gastos e políticas de comunicação. Também será um
momento de consolidação da parceria entre o IFBA, a UNEB e Secretaria
Municipal de Educação, a DIREC – 08 acerca da organização e realização do
Encontro Ensino de História.
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SEGUNDA
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Formação
da Comissão Científica
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A comissão
científica formada pelas professoras do DCHT/XVIII é composta pelas
professoras Célia Santana Silva, Nathalia Alem, Sandra Regina Mendes, Maria
Sandra Gama, Irlena Moreira Lopes de Sousa e Juliana Alves; essa comissão
fará a leitura e análise dos textos enviados para as Comunicações
Coordenadas. Funcionará mantendo reuniões para estabelecer critérios
avaliativos para seleção dos textos
para apresentação, definição do tempo das apresentações, organização dos
textos no CD Room.
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TERCEIRA
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Fechamento da Programação
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A primeira palestra, ministrada pela
Professora Doutora Margarida Dias, intitulada Ensino e Teoria, objetiva apresentar
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QUARTA
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Divulgação do Evento
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O evento
será divulgado através de cartazes, folders, sites institucionais da UNEB e
do IFBA. Será noticiado também através de estações de rádio local. Os textos
e palestras do evento serão produzidos em CD, distribuídos aos participantes
do evento.
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QUINTA
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Entrega seleção e publicação de
trabalhos
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Os Simpósios Temáticos objetivam tanto criar
um espaço dialógico entre os saberes docentes e os conhecimentos produzidos
sobre o Ensino de História, quanto pretende contemplar as vozes dos
professores que atuam na Educação Básica e dos alunos da Graduação dos cursos
de Licenciatura em História. Os
Simpósios constituir-se-ão na aplicação de uma metodologia que viabilize a
indicação de problemáticas vivenciadas no cotidiano docente em relação à sua
prática de ensino de História, e também nos componentes de Estágios Supervisionados. Para esses alunos
de Graduação em cursos de Licenciatura, já existem os relatórios solicitados
nos próprios componentes, mas com a publicação dos anais em CD, surge o
momento de publicizar, debater e
dialogar sobre essas vivências. Essas
experiências falam das questões metodológicas, de conteúdos e também de
materiais didáticos.
As experiências
socializadas farão parte do CD, que constituirá os Anais do evento.
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SEXTA
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Realização do evento
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O evento contará com palestras, mesas
redondas, comunicações coordenadas, mini cursos e atividades culturais com um
grupo musical local. As atividades serão distribuídas ao longo dos três dias,
a saber, 11, 12 e 13 de setembro de 2012, nos turnos matutino, vespertino e
noturno.
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SÉTIMA
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Produção do Relatório do Final
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A produção de um relatório ao final do
evento, objetiva apresentar os gastos de passagens, almoços, diárias e outras
atividades. Esse relatório apresenta também algumas reflexões sobre os
impactos do I Seminário de Ensino de História: Experiências e Produção de
Saberes para a comunidade local, regional e unebiana do Campus XVIII.
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6. Bibliografia
BITTENCOURT, Circe (org). O Saber Histórico na Sala de Aula. São Paulo: Contexto, 1997.
CAIMI, Flávia Eloísa. O livro didático e o currículo de história
em transição. Passo Fundo: Ediupf,1999.
CAIMI, Flávia Eloísa. Aprendendo a ser professor de História.
Passo Fundo: Ediupf, 2008. SILVA, Marcos
A. História: O Prazer em Ensino e Pesquisa.
São Paulo: Brasiliense, 1995.
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